22 de março de 2010

13 de março de 2010

Foto de Naava Bassi, aluna da melhor idade

Olhares experientes - Um pouco sobre o trabalho com a melhor idade

A maneira de enxergar o mundo por meio de fotografias traz novas experiências para o público da melhor idade, pois entram em contato com a dinâmica de vida e história de pessoas com vivências diferenciadas, repletas de aprendizados. Cada idoso tem sua história para contar, e esta pode ser representada em imagens fotográficas. As especificidades de cada um, se analisadas em suas particularidades, são profundamente ricas e podem trazer trocas ao grupo.
Ao entrar em contato com fotografias, ativa-se a memória, remete-se ao passado e suas lembranças e valoriza-se o presente.
Descrever uma fotografia não é apenas identificar os elementos que a compõem como cor, contraste, motivo, perspectiva, é também observar como tais elementos se comportam e se relacionam entre si. Para interpretá-la, entretanto, é necessário atribuir sentido ao observado, tentando compreender os sentimentos que provoca, se gostamos ou não dela, se reveste ou não de um sentido especial para nós, relacionando-a ao seu contexto de produção.
É interessante colocar o idoso em contato com a fotografia quando esta representa a cópia da realidade, pois assim pode-se contribuir para a continuidade de suas lembranças que desejam deixar marcadas eternamente, na época e no mundo em que vivem.
As imagens fotográficas alcançam a natureza de cada um, mergulhando em seus vividos encantos. O que está guardado dentro de cada um deles pode ser expresso por meio da máquina fotográfica. Ao revelar o trabalho realizado, encontraremos valiosas surpresas. Estas consentirão para que cada participante entre em contato com seu interior e, dessa forma, enxergue a beleza que há em se ter tanta vivência, trazendo aprendizado para os mais novos.

Sobre a melhor idade

A velhice representa a última etapa do ciclo vital e, como as etapas precedentes, tem seus aspectos positivos e negativos, suas satisfações e suas dificuldades. Por isso, a velhice não deve jamais ser considerada como sinônimo de enfermidade. As formas e características de como se vive nesse período estão condicionadas em grande parte pela imagem social predominante em cada cultura, mais do que pelos aspectos intrínsecos de cada pessoa.
No Brasil, à semelhança do que vem ocorrendo em outros países, observa-se um aumento no índice de envelhecimento da população. Estima-se que em 2025 nosso país se tornará o sexto colocado em número de idosos.
Com o crescimento da população idosa, torna-se necessário pensar sobre suas condições de vida (habitação, renda, rede de suporte social e familiar, etc.) e de cultura. Muito embora a imensa maioria das pessoas com 60 anos ou mais seja relativamente independente e fisicamente apta, algumas apresentam incapacidades ou dependência importantes. Segundo o Ministério da Saúde, 20% apresentam alguma deficiência ou dependência para as atividades da vida diária ou para as atividades instrumentais). Uma velhice saudável depende da manutenção da saúde ao longo de todo o ciclo vital, e não da adoção de procedimentos paliativos no final da vida.
Entendendo a velhice sobre estes olhares, desde 2004 desenvolvemos oficinas de fotografia para grupos de crianças, jovens, adultos e terceira idade em diversos espaços públicos e privados de São Paulo.